Volume de buscas por Bitcoin despenca, mas preço segue em alta

O volume de pesquisas por Bitcoin no Google tem sido um indicador importante do interesse público na criptomoeda. Historicamente, aumentos nas buscas por Bitcoin frequentemente coincidem com a valorização de seu preço, estabelecendo uma correlação entre o interesse popular e os movimentos de mercado.

No entanto, Hunter Horsley, CEO da Bitwise, recentemente observou um fenômeno curioso. Apesar do volume de buscas pela palavra-chave “Bitcoin” no Google se manter consistentemente baixo por um longo período, o preço da criptomoeda continua a se manter próximo dos US$ 90 mil.

Volume de busca por Bitcoin cai: sinal de mudança nas dinâmicas de mercado

No último ano, o interesse público por Bitcoin diminuiu significativamente, caindo de quase 75 pontos para cerca de 25 pontos, sem sinais claros de recuperação. O gráfico do Google Trends mostra que o interesse seguiu uma trajetória de queda gradual após picos de volume de buscas em 2017 e 2021, períodos que coincidiram com grandes valorizações do Bitcoin. Atualmente, o interesse permanece em níveis baixos, flutuando dessa forma há vários anos.

Enquanto isso, o preço da principal cripto em 2025 aumentou 380% em comparação com seu pico de 2017, e 38% em relação ao seu máximo de 2021.

Volume de Busca por Bitcoin. Fonte: Google Trends.
Volume de Busca por Bitcoin. Fonte: Google Trends.

Hunter Horsley destacou que, embora o preço do Bitcoin continue a subir, a falta de atenção pública sugere que essa valorização não está sendo impulsionada pelo FOMO (medo de perder) dos investidores de varejo. Em vez disso, ele acredita que os investidores institucionais são os principais responsáveis por esse movimento de alta.

“Com o Bitcoin chegando a US$ 94 mil, as buscas no Google por ‘Bitcoin’ estão próximas das mínimas de longo prazo. Isso não foi impulsionado pelo varejo. Instituições, consultores, empresas e nações estão entrando no espaço”, afirmou Horsley.

Essa mudança de cenário revela uma diversificação significativa na participação de investidores no mercado de Bitcoin, sinalizando uma nova fase de maturidade para o setor de criptomoedas. No entanto, isso não significa que os investidores de varejo tenham perdido o interesse. Eles continuam ativos, mas agora por meio de produtos de investimento focados no nível institucional.

Grandes instituições como BlackRock, Fidelity e ARK Invest estão ativamente se envolvendo no mercado por meio de ETFs de Bitcoin, que atraem fluxos de capital substanciais, muitas vezes provenientes de investidores de varejo, mas canalizados por vias institucionais.

“Eu acredito que o varejo já está dentro. E muito dentro. Mas não estão comprando à vista. Quando as pessoas afirmam que são as instituições (BlackRock, Fidelity, ARK, etc.) que estão fazendo as compras, é o dinheiro do varejo que está por trás de tudo isso”, comentou um investidor no X.

Além disso, a Fidelity recentemente relatou que empresas públicas adquiriram quase 350 mil BTC após as eleições nos EUA e têm comprado mais de 30 mil BTC por mês até agora em 2025. A ARK Invest, por sua vez, prevê que o Bitcoin pode alcançar US$ 2,4 milhões até 2030, impulsionado pela crescente adoção institucional.

Outras razões por trás da queda no volume de buscas por Bitcoin

Vários fatores podem ajudar a explicar essa queda no volume de buscas por Bitcoin:

Primeiramente, o BTC deixou de ser um conceito novo. Com mais de uma década de existência, a maioria das pessoas interessadas em criptomoedas já possui um conhecimento básico sobre o Bitcoin. Isso significa que elas não sentem mais a necessidade de buscar informações sobre a moeda com a mesma frequência que antes.

Em segundo lugar, mudanças no comportamento de busca também têm desempenhado um papel significativo. Muitos usuários agora preferem recorrer a ferramentas de inteligência artificial ou plataformas de mídia social, como o X, para obter atualizações em tempo real, ao invés de realizar buscas no Google.

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