Monero a Altcoin sobe 40% após transação de lavagem de dinheiro de US$ 330 milhões

Em um movimento que chamou a atenção de todo o mercado cripto, a Monero (XMR) — conhecida por seu foco absoluto em privacidade — registrou uma valorização impressionante de 40% em questão de horas. O salto de preço ocorreu logo após a revelação de uma transação suspeita envolvendo cerca de US$ 330 milhões, supostamente relacionada à lavagem de dinheiro.

O episódio reacendeu os holofotes sobre a Monero, reforçando sua reputação como a criptomoeda preferida por quem valoriza o anonimato e a proteção de dados em transações digitais. Mais do que uma simples alta de preço, o evento evidenciou o papel estratégico que moedas privadas continuam desempenhando no cenário cripto global.

O que está por trás da alta da Monero (XMR)?

A privacidade voltou ao centro dos holofotes no mercado cripto. Nesta segunda-feira (28), o investigador on-chain ZachXBT revelou no X (antigo Twitter) um suposto roubo envolvendo 3.520 Bitcoin (BTC) — o equivalente a impressionantes US$ 330,7 milhões. O montante, segundo ele, foi rapidamente convertido em Monero (XMR) por meio de mais de seis exchanges instantâneas, provocando uma disparada de até 50% no preço da criptomoeda focada em anonimato.

De acordo com ZachXBT, a transferência suspeita ocorreu cerca de nove horas antes de sua publicação e partiu de um possível endereço de vítima para o endereço bc1qcrypchnrdx87jnal5e5m849fw460t4gk7vz55g — identificado como o destino dos fundos desviados. Sem perder tempo, os envolvidos iniciaram o processo de lavagem dos valores, trocando os BTCs por XMR, uma das moedas mais utilizadas para movimentações anônimas.

O rali de preços foi imediato. Dados do BeInCrypto mostram que o XMR saltou de US$ 229 para um pico de US$ 328 na Bitfinex, acumulando ganhos de quase 50% em questão de horas. Apesar de uma correção posterior para cerca de US$ 270, a valorização consolidou um dos maiores movimentos de preço da altcoin em 2025 até agora.

Embora não tenha identificado publicamente os responsáveis, ZachXBT descartou, ao menos por ora, envolvimento direto da Coreia do Norte — uma possibilidade levantada por Smokey, figura conhecida da comunidade Polygon.

O episódio reforça a posição da Monero como uma ferramenta central em transações onde o anonimato é prioridade. E, mais uma vez, acende o debate sobre os riscos e benefícios da privacidade no universo cripto.

Desempenho de Preço do Monero (XMR). Fonte: BeInCrypto.
Desempenho de Preço do Monero (XMR). Fonte: BeInCrypto.

Além da disparada no preço, os dados do CoinMarketCap mostraram que o volume de negociação da Monero (XMR) ultrapassou a marca de US$ 250 milhões nesta segunda-feira (28). Isso representa um crescimento de impressionantes 360% em relação ao dia anterior, estabelecendo o maior volume diário registrado pela altcoin em 2025 até o momento.

Esse aumento explosivo não veio por acaso. Com recursos avançados de privacidade — incluindo a ocultação de remetentes, destinatários e valores transacionados — o XMR se consolidou como a principal criptomoeda utilizada em esquemas de lavagem de dinheiro e mercados paralelos.

O Relatório de Crimes Cripto 2025 da Chainalysis reforça essa tendência: à medida que as autoridades intensificam o monitoramento de transações em Bitcoin, criminosos digitais e operadores de mercados darknet migraram suas operações para moedas mais difíceis de rastrear, com a Monero liderando essa preferência.

Estudos acadêmicos também apontam para essa relação. Pesquisas recentes publicadas pela ScienceDirect indicam uma forte correlação entre o uso de criptomoedas de privacidade e o tráfego na Dark Web — o que ajuda a explicar por que a XMR continua a atrair tanto interesse em contextos fora do radar das autoridades.

Apesar da controvérsia, a ascensão da Monero destaca uma questão central no universo das criptomoedas: o delicado equilíbrio entre privacidade financeira e segurança regulatória.

Moedas de privacidade mantêm seu apelo em meio a condições de mercado em mudança

De acordo com dados recentes da Artemis, plataforma especializada em análise de criptoativos, o setor de moedas focadas em privacidade — com destaque para a Monero — tem se destacado como o único segmento do mercado cripto a apresentar crescimento positivo em 2025. Desde o início do ano, esse nicho registrou uma valorização acumulada de mais de 17%, contrariando a tendência de estagnação ou queda observada em outros setores.

Esse desempenho ressalta o crescente interesse por ativos que oferecem maior anonimato, especialmente em um cenário onde a vigilância regulatória e a rastreabilidade de transações em blockchains públicas vêm aumentando. Com o XMR no centro desse movimento, fica evidente que a demanda por privacidade digital não apenas persiste, como vem ganhando tração.

Desempenho do Setor de Mercado Cripto. Fonte: Artemis.

Um estudo recente da Swan revelou que a Monero (XMR) é a altcoin com maior resistência à queda entre as 300 maiores do mercado. Mesmo diante de um cenário volátil e desafiador, a criptomoeda conseguiu preservar valor como poucas, reforçando sua reputação como um ativo resiliente e estável dentro de um nicho altamente especulativo.

Para CR1337, membro da equipe central da Navio — um projeto voltado para finanças com foco em privacidade —, a recente disparada de preço da XMR deve servir como catalisador para atrair ainda mais atenção dos investidores às moedas de privacidade. Em tom direto, ele comentou:

“Independentemente da causa por trás dessa alta, o que importa é que mais pessoas vão conhecer a memecoin de privacidade número 1.”

No fundo, os dados apontam para uma tendência clara: a demanda por Monero segue firme e crescente, alimentada tanto por defensores da privacidade financeira quanto por atores envolvidos em atividades ilícitas. Essa dualidade reforça um dos debates mais delicados do universo cripto — o equilíbrio entre liberdade individual e controle regulatório.

O artigo Altcoin sobe 40% após transação de lavagem de dinheiro de US$ 330 milhões foi visto pela primeira vez em BeInCrypto Brasil.